terça-feira, 27 de novembro de 2007

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Levantei-me do chão às 18:15 do dia 26 de novembro de 2007.

Me sinto um tanto leve agora.
Mas, se antes já me sentia sem peso - para não dizer que realmente sou magrela - essa leveza toda me assusta. Que coisa estranha! E essas pessoas todas em volta do carro? curiosas! Ora! não me aconteceu nada!

Aproximo-me do cículo de pessoas e me apertando contra elas procuro espaço para verificar se algo ficou no chão com minha queda. Enquanto passo por dentre o tulmulto de pessoas vou sorrindo desconcertada e repetindo:

- Não se preocupem, estou bem. Não foi nada. Um arranhãozinho só!

Parecem um pouco ocupados ou desinteressados da minha pessoa. Talvez o carro seja mais importante que eu. Decerto que sim. Insensíveis, capitalistas e individualistas!

Ao fim do formigueiro de gente encontro o vazio e o carro parado ainda atravessado na rua. Recuso-me a acreditar, mas a dona do carro, encostada no ombro dalgum familiar, chora com comoção infantil.

Me impeço de abaixar as vistas numa ação relfexiva. Mas quando olho para o chão vejo o meu magro corpo estendido, ensaguentado da cabeça até os ombros. A minha saia branca está agora da cor do asfalto. E não estou deitada como um anjo ou como num filme. Estou de cambalacho com as pernas estribuchadas e os braços escunchavados.

Eu morri. Morri ao tentar atravessar a esquina. Agora sou eu apenas uma fumaça branca-invisível no meio do mundo.


- Realmente, ontem quase morri atropelada. Como tantas outras vezes quase cheguei perto de voar ao toque do carro no meio das minhas pernas. risos.
Se souberem de algum sumiço meu, amigos, favor procurar o IML.

Créditos de inspiração: Milena Vieira:
http://www.superopiniao.blogspot.com/

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Horizontalizar



Cobiço o muro além da janela
Do quarto
Que eu mesma construí.
Observo a persiana dançando;
Dançante,
Aponta o horizonte para mim.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007


Pássaro preto,

Canta em mim

a dor que finjo

não ter assim



só porque não...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Aguçar...

Eu lhe descubro,
Como quem descobre moeda perdida ali.
Me lanço
Pra recuar e lhe ver lançar-se para mim.

A sua gravata, o seu sorrir.
A sua nuca
Aguça, aguça
Agora em mim.

00:06
 

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