quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Curto diálogo.


- Cê vai lá?
- Ah... sei não... to deixando estar.
- E depois de tudo, vai fazer o quê?
- Desesperar não vou. Aliás, já fui e já voltei.

E, passados os minutos, não mais se alonga a conversa.
Em miúdos, vai cutucando as cutículas das unhas, repuxando tudo.
O movimento circular que faz suas pernas cruzadas o assusta.

- Vai... arrisque o que puder!
- Mas se não me resta nada a arriscar!
- Então não perdes nada tentando...

Sopra-se as mãos, como se nessas houvesse humidade.
Levanta-se da cadeira, rodeia a sala e pára na base da janela.

- E se me forem todas as chances?
- Então só há que se dizer que tentastes e que todas palavras não foram em vão, porque lhe foi dito o que estava engasgado.
- Então vou... e jogo tudo pra fora, num sopro voraz.

E como se quizesse enfrentar o mundo com sua ínfima força, dirigiu-se à porta e através dela se atirou em busca das respostas.

FIM.

Singelo Protesto do amor...

O INCOVENIENTE,
É O QUE ME CONVÉM.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

DO OUTRO LADO DA MESMA AVENIDA...



Caminho à passos lentos,
Vamos sendo tocados pelos ventos...
Do outro lado da mesma avenida.

Enquanto cercam-me as luzes de carros,
O barulho dos pneus,
Eu atravesso,
Pro outro lado da mesma avenida.

E levo comigo os sorrisos,
Dos amigos que tenho
E que moram aqui.
Do outro lado da mesma avenida.

Levo as histórias das noites longas,
Dos cigarros acesos,
Das cervejas entornadas.
Do outro lado da mesma avenida,
Levo o sonho,
De seguir...

E atravessar novamente e sempre...
Pro outro lado da mesma avenida.


Aos meus amigos skuza's....

terça-feira, 28 de agosto de 2007

PARTICIPO SENDO O MISTÉRIO DO PLANETA...



Eu vou levando como sou,
E vou sendo como posso.
Paulinho Boca - Novos Baianos


Fazendo de mim extensão dos vocais do Paulinho, caminho pro pensamento seu.

De mim, só levo o que sou.
Do resto, como posso saber eu?


De ser poeta, somente triste sei ser,
Por quais motivos não consigo escrever quando me sinto tomada de felicidade?
Dizem que os poetas, os verdadeiros, só sabem escrever sobre DOR.


Então, assim sendo, vedadeira poeta sou.
Mais que escrever sobre DOR, eu a sinto... e tão contínua... que, às vezes, parece-me também pretextual pros meus escritos.


Mas o que faz doer poeta? o que faz chorar?
É esse medo, ou, em tempos poucos, a certeza de que algo anda errado.
Anda errado pois a vida que levo, as decisões que tomo, as coisas das quais fujo com tânto ânimo.
O NÃO SABER...
é o que mais dói.
Poeta, deixe de amar... e parará de doer.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A academia....

Lá vem aquele velho conhecido que não vejo já faz algum tempo. Ele vem caminhando e olhando pros lados, como se ainda não houvesse me visto. Os telhados, os postes e as árvores nesse momento se tornam alvo de olhares atentos, fingidos...

E, como se ainda não houvesse mesmo me visto, sobressalta-se com ânimo e acena enquanto se aproxima. E lá vem aquele velho papo de como anda minha mãe, e aquela minha amiga, aquele antigo namorado e o blabláblá da correria do dia-a-dia, da falta de tempo e do aperto da faculdade.

Pronto! agora chegamos exatamente no ponto! Vai vir aquela pergunta... já aguardava ansiosa! - E então... você está gostando da faculdade?

Agora, veja bem, você leitor, se isso é pergunta conveniente que se faça pra um acadêmico do terceiro período. Eu poderia muito bem soltar aqule soriso falso, dissimulado e dizer que sim "-Ah... nada me faz mais feliz do que este curso! É ótimo!". Mas, resolvo mesmo soltar logo a verdade. E essa verdade assusta mesmo.

"Ah... sabe o que é? É que eu não gosto muito não. As pessoas por aqui, apesar de rélis ACADÊMICOS, se portam como justiceiros e cumpridores exímios da Lei. Pois é... elas vestem terninhos para ir aos congressos e eles, acredite, usam ternos! Os professores? ah! não temos. Temos alguns advogados, juízes e afins que, buscando uma rendinha complementar, se arriscam a dar algumas aulinhas. Todos com suas brilhantes carecas e suas protuberantes barrigas. Apenas velhos advogados, mas professores mesmo são poucos. Ah! e tem outra, estudar lei é chato mesmo! Virge! a gente tem que ler um monte de opinião pré-formulada. Tudo já está prontinho. Aí então é só mesmo formar e ser um instrumento de levar a lei à risca. E esse sim, para mim, é o maior problema. Não há como revolucionar, não há como flexibilizar, não há como humanizar. Então, acredito, sinceramente, que não vou ser muito útil aplicando leis."

Mas, confrontando meu Yin e Yang e me perguntando com cara de indignação frente ao espelho: "-Como pode você hein menina?! Quase dois anos lutando pra entrar nessa universidade! Festas em segundo plano, madrugadas afora 'comendo' livros, tardes de domingos esquecidas no cursinho, dias tênues de trabalho duro na biblioteca, tudo isso para quê? Não foi mesmo pra entrar na academia?. e agora me vem você com balelas de paixão, de busca, de confusões, de medos, de pernonalidadede flor-azul e de sonhos"

"- Mas é um curso que tem um LEQUE (odeio essa expressão: o leque de oportunidade). Você pode tentar concurso, pode ser delegado, promotor, advogado e até trabalhar no supremo."

"-É que na verdade, como eu disse, eu não quero usar terninho e brinco de ouro"

Bem... se eu ainda continuo cursando DIREITO na 2ª MELHOR UNIVERSIDADE DO BRASIL, eleita pelo enade, é pelo fato de eu CRER que ainda revoluiciono, ainda que sozinha, ainda que com ideiais e idéias que só passam pela minha cabeça. Se há alguma forma de fugir do terninho... ah... então eu caminharei pra isso.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Meu eu-lírico canta:



Você é insensível à minha dor. Mas eu não sofro mais... Porque aqui o vento já passou e foi capaz de secar as lágrimas que derramei no lençol úmido. E o sol entra agora pela fresta da janela e vai mechendo com meu mundo sombrio, enchendo de cor... E eu vou flutuando em vida terrena e plena além de ti" ....



Eu remasterizo a minha dor.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Como Amélie Poulain


Ontem pensei de agir como Amélie Poulain.

Me cansei de querer contar histórias de filmes, "estórias" que não acontecem na realidade.

Pensei e pensei. Respirei pra tomar coragem... e sair da solidão de Poulain ou das tentativas reiteradas de seu peixe de estimação de suicídio.



Tanta poesia no olhar da menina Poulain e tanta vontade de paixão no olhar da moça Poulain...

Ah... que poesia... saber lidar com a conquista com tanta Maestria!



"O que Amélie parece compreender muito bem é que, de modo geral, são os pequenos detalhes que determinam o grau de satisfação com que levamos nossas vidas: prazeres rotineiros ou contratempos triviais quase sempre definem aquilo que costumamos julgar como sendo um 'bom' ou um 'mau' dia"



E ontem... ontem foi um BOM DIA.... Dia daqueles em que acordamos com vontade de sorrir pras crianças na rua, com vontade de abraçar o sol, tomar pra si o céu.



Quero analisar as minhas sensibilidades e tranmití-las para aqueles que se aproximam de mim. Não quero mais parecer forte, pois forte jamais fui.

Quero parecer leve, como dente-de-leão que flutua e voa com um sopro qualquer...



EXTRAIR O MÁGICO DO MEU COTIDIANO.

Fazer meu mundo girar ao contrário, estampar na cara a paixão que sinto, ou que busco...



Como Poulain... Quero me apaixonar pelos brinquedos esquecidos; pelo álbum de fotografias jogado; pelas pessoas que vejo na rua dia-a-dia; quero entregar fotografias à alguém de um doende que passeia pelo mundo; quero entregar as cartas que nunca foram recebidas; quero poder deixar recados escondidos; dar sorrisos transversos... quero me apaixonar pela vida... simples....



Mas, antes de tudo, quero amar a mim.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Balelas...



Balelas...
Deixando de lado a dor do mundo todo,
Viajo em momentos curtos e claros.
Descendo as minhas escadas,
Escaldo-me no calor desse sol tonto.
Deixo meus cabelos perderem forma com a brisa mansa;
Deixo o meu olhar perdido no pé-de-pitanga;
Na pata da formiga amiga;
Me encanta...
Ver o céu tão aberto e celeste...
Respiro fundo...
E me envolvo no manto.

Thaiane Guerra - 13/08/2007

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O nome

O nome


Eu procuro o espelho
Em que eu possa me ver diferente
Procuro outro eu, outra vez, no poema.
Procuro a hora e a vez de lançar minha oferta.

Eu procuro um carinho de sonho infantil
No corpo da moça bailando no ar.
Procuro o cheiro do lençol que não viu só teu sono,
A palavra certeira que me anule os defeitos,
A palavra que me dê teu lábio
Ou ao menos um jeito de arrancar do peito essa tensão.

Eu procuro o melhor de mim
Para te entregar de bandeja
Num coração em pedaços
Que esse mundo, aos poucos, tentou destruir.

Eu procuro teu nome escrever num papel
Guarda-lo na gaveta da mesa do quarto
E, anos depois, encontrá-lo, já transformado numa história feliz.


Julho de 2007

Por Beleu... n é meu.. é de Beu... rs

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Reperteco teco




A verdade?

É que me canso de ser incansavelmente cansada de tudo...
Tudo me cansa muito!
Fazer tudo igual ao que igualmente se faz todo dia;
Caminhar buscando o caminho correto a ser pecorrido;
Buscar o que é a busca infinita do ser-homem;
Tentar fazer parar de doer a dor que dói sem se sentir nada;



Agora?

Vou tirar a máscara que colore todo meu rosto de felicidade;
Tirar meu nariz de palhaço;
Vou deixar de cantarolar enquanto encanto ruas e becos;
E vou-me deixar... deixando estar...
Vou ouvir tango e tangarolá o adeus da MPB;



E pra frente?


vou ver o horizonte estreitar-se em vertical cena blue...
 

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