quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Além do atlântico...


Como posso ser eu sem ser eu envolta de alguém que também me quer?
Seria sóbria, firme, futurista sem um amor afim.
Ou seria sombra, dos casais nos bancos das praças, dos anéis em dedos de moça, dos suspiros de donzelas e das rosas murchas dos bouquets após o dia dos namorados?


É que na infinitude de olhar com paixão é que reside o ápice da felicidade de um ser como eu.
Como não me permitir? Entregar-me à um fado oferecido num entardecer...
Aos desejos de duas crianças de se unir através de um anel de lacre de latinha na praça da igreja...
É como se fosse...
Uma poesia lenta, uma música clássica, um vinho antigo, um chocolate branco, uma água pura...
Um balanço de saia ao vento, um entorpecente, um canto de passarinho, um sussurro no ouvido.



Um samba ligeiro... do qual tiro um passo meu e ofereço a ti...

O Samba de mim

Ajeita a gravata azul em frente à janela.
Eu espio, arrepio da porta.
Leva as mãos aos cabelos.
E quando, num movimento apressado, volta seu olhar para mim, apresso-me com um passo falso de quem acaba de chegar.
Atravesso a sala branca, crua e nua, ajeitando com o dedo indicados os óculos sobre o nariz. Sento-me na cadeira à esquerda da porta de madeira e marco o tempo no meu pulso esperando que ele acene para mim.

Eu quero o fim do tormento
Da sua cor refletida em mim.
Quero o fim do seu sapato pisando, esmagando o que ainda resta.
Quero chegar e sair sem tanta pressa, sem vontade de me perder...
Esqueça-se de caminhar em meu sentido. Volte, mas não tropece, enfim...
Hoje desço das escadas tão contente
De riscar definitivamente,
O seu nome do meu pasquim.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Fiz pra Vc


À importância de cada amanhecer,

À magnitude de qualquer entardecer,

E o torpor de dar passo atrás de passo

Em janeiro, fevereiro e março...


É só seguir...
 

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