quinta-feira, 8 de maio de 2008

Difuso...

Não sabe se são duas, três ou quatro da manhã.
Não se lembra como é dormir

Desafoga da gaveta as fotos velhas, os cartões e tudo quanto for com desejo de encontrar sentido pras coisas vãs.
Nem suas velhas fitas de cabelo, nem seu cartão de maternidade lhe fazem lembrar.

A imagem que reflete o espelho não corresponde ao que desejou ser.
Seus cabelos cheiram à cinza, sua boca cheira à maçã do último jantar.
E onde ela está?

No centro do breu, no meio do escândalo, na multidão.
No sermão do padre ou na descrição de Drumonnd?
No riso abobalhado ou na lágrima entoada?
Onde mora a moça?
No céu ou na fossa?

Relâmpago que aparece pra acenar que não está.
Carrega as dúvidas como carrega a solidão.

Enquanto o sono não vem. Acendo o último cigarro da mesa. Procuro na parede nua a resposta pra sair desse refrão...

Que amanhã acordo zonza, norteada de alguns acordes.
Abro os olhos pra enxergar clarões.
Quando chega outra vez a noite
Durmo acordada procurando dar espaço ao ditado mais fácil, que reitera: “por hoje não”.


07/05 – 20:51

2 comentários:

Nuno´s alter-ego disse...

"Não sabe se são duas, três ou quatro da manhã.
Não se lembra como é dormir" sei como é isso.. hehe

Auíri Au disse...

Belo espaço...
sou astronauta aqui agora!!!


beijos

^^

 

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