
- Ah... sei não... to deixando estar.
- E depois de tudo, vai fazer o quê?
- Desesperar não vou. Aliás, já fui e já voltei.
E, passados os minutos, não mais se alonga a conversa.
Em miúdos, vai cutucando as cutículas das unhas, repuxando tudo.
O movimento circular que faz suas pernas cruzadas o assusta.
- Vai... arrisque o que puder!
- Mas se não me resta nada a arriscar!
- Então não perdes nada tentando...
Sopra-se as mãos, como se nessas houvesse humidade.
Levanta-se da cadeira, rodeia a sala e pára na base da janela.
- E se me forem todas as chances?
- Então só há que se dizer que tentastes e que todas palavras não foram em vão, porque lhe foi dito o que estava engasgado.
- Então vou... e jogo tudo pra fora, num sopro voraz.
E como se quizesse enfrentar o mundo com sua ínfima força, dirigiu-se à porta e através dela se atirou em busca das respostas.
FIM.